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A Rota

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10 de Julho 2015 - 11:08

Ações de formação sobre o mar português unem cientistas a técnicos da Administração

Satisfação geral nos módulos sobre Métodos de Deteção Remota.

Investigadores e docentes juntaram-se a técnicos da administração pública, do setor privado e da sociedade civil nas ações de formação do projeto SOPHIA, que decorreram entre 30 de junho e 9 de julho de 2015 na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O projeto cofinanciado pelos EEA Grants, SOPHIA - Conhecimento para a Gestão do Ambiente Marinho, é promovido pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM). Esta iniciativa foca-se na capacitação científica e técnica para a gestão do ambiente marinho através da promoção de ações de formação com interesse para a implementação da Diretiva-Quadro de Estratégia Marinha (DQEM).

O projeto estreou-se com os módulos de formação sobre métodos de deteção remota, que envolvem a interpretação de imagens do oceano obtidas por satélite, referentes a dados da temperatura da superfície do mar e da cor do oceano, e por sensores, como o radar de abertura sintética. Henrique Marinho, arquiteto paisagista e técnico na DGRM, comenta: “Estamos todos empenhados, isto é uma novidade, é um embrião para algo bastante interessante ao nível da cultura do mar”.

As formações atraíram uma audiência heterogénea de 47 participantes, que incluíram empresas e organizações não-governamentais, como as associações Quercus e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e empresas como a Deimos ou a WavEC. A formanda Sara Barão, bióloga a trabalhar na Quercus, explica que o que a motivou foi “a busca por conhecimento na área” e a possibilidade de trabalhar com ferramentas que “ajudam imenso a desenvolver projetos e facilitam o trabalho de campo”.

Aos representantes da sociedade civil somaram-se técnicos de entidades de administração pública como a DGRM, a Direção-Geral do Território (DGT), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Instituto Hidrográfico (IH) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Também a comunidade científica esteve presente através de investigadores, docentes e alunos integrados em estabelecimentos do ensino superior e laboratórios de investigação científica, como o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos dos Açores (CIBIO Açores) e o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação (ISEGI-UNL).

Organizadas num formato intensivo de oito horas diárias, as formações foram lecionadas por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), entidade parceira do projeto juntamente com a Escola Superior de Comunicação Social (ESCS). Carla Patinha, engenheira geógrafa na Deimos, faz o balanço da formação: “Tenho uma opinião positiva, esta iniciativa conta com uma componente de acesso livre a vários grupos de trabalho, o que por si só é uma grande vantagem e, por isso, devem-se apoiar este tipo de iniciativas”.

A estrutura formativa que envolveu aulas teóricas alternadas com aulas práticas, em que os formandos puderam observar algas no microscópio, visitar uma algoteca e praticar o tratamento e análise de imagens reais com software especializado, garantiu a participação ativa dos formandos e estimulou um ambiente de discussão durante as formações. “O feedback é extremamente positivo, até porque existem pessoas envolvidas em diversas áreas, o que se torna uma mais-valia para depois trabalharmos de uma forma integrada, sobre todas as perspetivas”, conta Andrea Botelho, bióloga e investigadora no CIBIO-Açores.

Cada módulo foi encerrado com um debate para a integração das ferramentas de deteção remota na implementação da DQEM, em que se concluiu que, através dos dados de temperatura da superfície do mar e cor do oceano, se pode avaliar a biodiversidade das microalgas e a prevalência de eutrofização. Por outro lado, imagens de radar de abertura sintética permitem detetar lixo marinho e controlar o tráfego de embarcações.
Vanda Brotas, professora da FCUL e investigadora do MARE, apresenta o módulo de formação. (Fonte: Projeto SOPHIA)
Vanda Brotas, professora da FCUL e investigadora do MARE, apresenta o módulo de formação. (Fonte: Projeto SOPHIA)
As formadoras Ana Brito, investigadora do MARE/FCUL, e Vanda Brotas introduzem o tema da Deteção Remota. (Fonte: Projeto SOPHIA)
As formadoras Ana Brito, investigadora do MARE/FCUL, e Vanda Brotas introduzem o tema da Deteção Remota. (Fonte: Projeto SOPHIA)
Formandos aprendem a utilizar o software BEAM VISAT, uma ferramenta de visualização, análise e processamento de dados de deteção remota. (Fonte: Projeto SOPHIA)
Formandos aprendem a utilizar o software BEAM VISAT, uma ferramenta de visualização, análise e processamento de dados de deteção remota. (Fonte: Projeto SOPHIA)
Formandos visitam a Algoteca da Universidade de Lisboa, que alberga uma coleção de microalgas em cultura. (Fonte: Projeto SOPHIA)
Formandos visitam a Algoteca da Universidade de Lisboa, que alberga uma coleção de microalgas em cultura. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A Algoteca inclui maioritariamente espécies de algas marinhas e estuarinas da costa portuguesa, funcionando como repositório de património genético nacional. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A Algoteca inclui maioritariamente espécies de algas marinhas e estuarinas da costa portuguesa, funcionando como repositório de património genético nacional. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A turma da primeira edição do módulo de Deteção Remota - Temperatura da Superfície do Mar e Cor do Oceano. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A turma da primeira edição do módulo de Deteção Remota - Temperatura da Superfície do Mar e Cor do Oceano. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A turma da primeira edição do módulo de Deteção Remota - Aplicação de imagens de Radar de Abertura Sintética. (Fonte: Projeto SOPHIA)
A turma da primeira edição do módulo de Deteção Remota - Aplicação de imagens de Radar de Abertura Sintética. (Fonte: Projeto SOPHIA)